METODOLOGIA
Escola Inovadora
A Escola Maria Peregrina, a cada momento ou tempo, passa por grandes transformações. Podemos pensar que ela está sempre em "mutação". Toda essa evolução natural se dá pelo fato de possuir em seu corpo docente e discente seres humanos que crescem, evoluem, constroem e "desconstroem". Assim é a Escola Maria Peregrina, feita de humanos e para humanos.
Desde seu surgimento, a escola tem como foco a singularidade de cada ser que a compõe. E é através desse foco que ela segue adiante. Então, todo aperfeiçoamento é baseado na individualidade para uma coletividade com qualidade.
Portanto, todo educador é chamado a ir além, a ler nas entrelinhas, a ver mais que a ação: ver o coração. De igual forma, também, os educandos e suas famílias são convidados a entender e ver o coração. E, assim, completa-se a peça que tanto faz falta à educação brasileira: o coração.
Temos, também, todas as outras peças que são igualmente importantes; porém, lutamos para não fugir ou fingir ser ou ter o coração. Queremos a alma, a essência, o toque, o olhar, o diálogo, a construção e a desconstrução, o ensino e a aprendizagem, o acerto e o erro, o real e o irreal... enfim, o humano em mim e fora de mim.
É deste modo que a Proposta Pedagógica da Escola Maria Peregrina foi elaborada, através, principalmente, das experiências e relatos das crianças e de suas famílias.
Projeto de Pesquisa
Os docentes, discentes e famílias da Escola Maria Peregrina acreditam que o trabalho com projetos, desde os primeiros anos de escolaridade, pode proporcionar ao aluno situações em que ele seja gradativamente estimulado a ir desenvolvendo qualidades próprias do trabalho independente, que comumente ficam latentes, ou mesmo embotadas pelo jeito tradicional de trabalhar na escola.
A proposta de trabalho com projetos parte do pressuposto acima. Nesse trabalho os alunos são estimulados a proporem um estudo, com o auxílio do tutor, mas num movimento originário de seus interesses e perspectivas. O aluno deixa de ter uma posição passiva, apenas receptiva, e se abre para novos continentes a serem conquistados por ele mesmo, pela sua própria iniciativa, de acordo com sua própria dinâmica e ainda com a vantagem de fazer a ponte em direção à realidade que os cerca.
O primeiro passo dado pelos tutores da Escola Maria Peregrina é a preocupação e motivação em introduzir o aluno em uma verdadeira atitude de indagação, com perguntas a respeito de um verdadeiro problema aos seus olhos. Os alunos são orientados a buscar respostas para essas perguntas em várias fontes e a partir de sua própria iniciativa e depois são encaminhados para a articulação dessas respostas em torno do problema inicial.
Como trabalhar com projetos
Assim, para o trabalho com projetos, propriamente dito, cada aluno está inserido num grupo de pesquisa, elaborando projetos a partir de seu interesse. O aluno tem a liberdade e autonomia de escolher – junto com seus parceiros - dentre o corpo docente da escola, o tutor para sua pesquisa.
O seu tutor orienta os passos da pesquisa, assumindo sempre a postura de mediador, facilitador, questionador, auxiliador e depurador. Para esse trabalho de orientação, os professores da escola (tanto tutores quanto orientadores educativos) trabalham em equipe.
Os projetos nunca são impostos pelos tutores e orientadores educativos (como tema de trabalho), mas são advindos do interesse do aluno. Assim que orientadores e alunos decidem o assunto a ser pesquisado, o aluno constrói junto com seu tutor o Itinerário Proposto da pesquisa para uma melhor organização do trabalho. Este Itinerário Proposto é feito tendo como base a estimulação das Inteligências Múltiplas. Lembrando que ele pode ser modificado dependendo do processo do trabalho.
1ª Fase
O orientador ajuda os alunos a esclarecerem o foco do projeto e as questões a que suas investigações tentarão responder;
2ª Fase
conduzir e planejar uma atividade de culminância para que os alunos narrem em seguida.
A Escola Maria Peregrina opta pelo trabalho com projetos, pois ele traz inúmeros benefícios para aprendizagem: estimula a participação ativa dos alunos, a construção da autonomia e da solidariedade; é um caminho para a prática interdisciplinar; desenvolve não só habilidades, mas as aptidões para aplicá-las; incentiva habilidades e atitudes essenciais para o desenvolvimento e a manutenção da resiliência. As possibilidades de abertura são ilimitadas, levando a escola a se projetar para além de suas fronteiras. Os projetos irradiam a influência da escola na comunidade e por sua vez captam possíveis influências desta sobre a própria escola, numa simbiose vital para a vida escolar e o desenvolvimento dos alunos.
ASSEMBLEIA e SARAU
ASSEMBLEIA
A Assembleia tem o papel de possibilitar a manifestação sobre todos os assuntos que os diferentes órgãos da escola entendam submeter à sua consideração; refletir por sua própria iniciativa sobre os problemas da escola e sugerir para eles as soluções mais adequadas; apresentar, apreciar e aprovar propostas que visem melhorar a organização e o funcionamento da escola; aprovar o código de direitos e deveres dos alunos; e aprovar o Guia de Responsabilidades - cada aluno possui uma responsabilidade dentro da escola, como arrumar a mesa do refeitório, cuidar do jardim, organizar a biblioteca - e supervisionar o exercício das mesmas.
São os próprios alunos que organizam e dirigem a assembleia. Alunos, famílias, professores, funcionários e a comunidade em geral votam de dois em dois anos para aqueles que o representarão na escola e que terão, como primeira tarefa, organizar e dirigir a assembleia. Estes representantes são o prefeito, vice e vereadores da escola, que são alunos desta.
Por meio da assembleia, que acontece quinzenalmente, origina-se uma gestão democrática dentro da escola, começando pelos próprios alunos. Há votação para cada assunto tratado, porém há sempre a discussão prévia para cada caso, chegando ao consenso estabelecido pelo coletivo.
Este momento de assembleia gera e dinamiza toda a Escola Maria Peregrina.
SARAU
O Sarau é um dos momentos culturais que a Escola Maria Peregrina proporciona aos alunos e à comunidade. Ele acontece quinzenalmente e é organizado e direcionado pelos próprios alunos.
É um momento encantador, onde os alunos expõem suas criatividades no teatro, música, dança, poesia e os mais diversos tipos de demonstrações sobre as pesquisas que efetuam, para que a escola e a comunidade apreciem o que está sendo realizado nos projetos dos alunos.
A escolha do que apresentar no Sarau é pessoal e/ou grupal, pois não é algo imposto pelos tutores, mas escolhido pelos alunos. É um momento cultural de encontro e troca, pois nele todas as pessoas são convidadas a mostrarem seus talentos.
FAMÍLIA
“As famílias das crianças são inseridas no processo ensino-aprendizagem. Elas são as primeiras a frequentarem a escola, através das formações, durante o processo de triagem e da entrevista de anamnese. Durante o ano letivo, elas participam de reuniões formativas semanais, quinzenais e/ou mensais. As reuniões semanais ou quinzenais são realizadas nas respectivas casas. Periodicamente, um grupo de missionários visita as famílias e, de acordo com cada contexto, propõe um itinerário de formação...”
(Wada Duque, Mildren Lopes, PROPOSTA PEDAGÓGICA da ESCOLA MARIA PEREGRINA, p. 3)
Estrutura de Formação das Famílias
Método
O método é baseado na geometria da cruz com três vias de formação. A haste horizontal da cruz representa a via de formação do relacionamento social-comunitário. A haste vertical é a via de formação místico-espiritual de relacionamento com o Sagrado. E uma terceira formação é representado pelo ponto de junção entre a haste horizontal e a haste vertical. Essa terceira formação, o ponto de junção, é a formação do “eu”, que visa o desenvolvimento no conhecimento de si mesmo e na maturidade pessoal, objetivando uma equilibrada relação com o todo.
A via de formação da haste vertical é perene, uma vez que ela poderá levar o formando a uma maior abertura para a formação das demais vias.
Práticas
A prática da formação consiste em várias ações formativas, são elas:
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É uma entre várias formações que mais se destaca por sua estrutura e conteúdo. Isso por que a Escola leva para dentro da casa do aluno o desafio da própria família se desenvolver na busca da sua libertação. Isso acontece num processo longo e contínuo.
A Escola Maria Peregrina envia agentes capacitados, sob supervisão do tutor do aluno, a fim de implantar o Processo de Libertação (PL) para cada família individualmente. Com seu histórico único de formação e vida e com suas características singulares, a família tece juntamente com os agentes, que a visitam mensalmente, o seu próprio Processo de Libertação.
Esse PL nasce e se desenvolve a partir do Encontro de Metas, onde a Escola em contato pessoal com os pais do aluno descobre os meios de libertação das mesmas.
O Encontro de metas é o lugar mais eficaz de formação familiar, porque inicia o processo de formação a partir da vida do filho. Ele acontece no mínimo bimestralmente e de acordo com a necessidade. Ocorre de modo individual e particular nas dependências da Escola ou nas casas dos alunos.
Nos encontros, o tutor do aluno partilha seu desenvolvimento pedagógico e os relatórios analíticos do ser total do jovem para seus responsáveis diretos. Também acontece a partilha das diretrizes que a família deverá tomar para promover sempre o desenvolvimento do representado.
As diretrizes, que são caminhos de restauração para a própria família, serão facilmente seguidas porque serão inseridas no Processo de Libertação das visitas domiciliares. Entretanto, a ciência psicológica, com todos seus matizes, é uma aliada fundamental aos objetivos de desenvolvimento humano da Escola.
O Domingo da Vida é um dia de convivência e formação com todas as famílias que acontece na própria sede escola um domingo no mês.
O objetivo desse encontro é a integração num mesmo lugar das famílias, a fim de receberem formação educativa e participarem daquilo que seus filhos construíram durante o mês.
Eles apresentam seus projetos de pesquisa ou outras atividades, utilizando a arte musical e teatral. Para a integração, realizamos um belo almoço comunitário e vários momentos de sadio relacionamento entre os participantes.
A Comunidade do Coração Mãe é um encontro de formação semanal com as famílias, na sede da escola para trabalhar a formação de vida interior. Ela possui como base a liturgia da missa do Domingo, pois a liturgia dominical favorece um profundo estudo bíblico, espiritual e de cura interior.